O Instituto Baleia Jubarte (IBJ) publicou um artigo com a identificação das áreas prioritárias para conservação das baleias Jubarte no Brasil. O destaque é para a região de Abrolhos, berçário do cetáceo, onde o aumento da proteção é urgente. “No sul do banco de Abrolhos existe um risco potencial, não só do ponto de vista das baleias, mas todo tipo de forma de vida”, explicou Márcia Engel, presidente do IBJ, que ressaltou a existência de espécies endêmicas, existentes apenas naquela localidade, como alguns corais, por exemplo.
O estudo envolveu o cruzamento dos dados sobre a densidade de baleias e os impactos de origem humana, como rotas de navios, portos e atividades petrolíferas. O resultado foi a constatação da insuficiência de unidades de conservação para a proteção do mamífero. A sobreposição de interesses na região, de acordo com Márcia, coloca em risco a recuperação da população de baleias, que acontece após anos de pesca indiscriminada.
Apesar de a porção norte abrigar o Parque Marinho de Abrolhos, o chamado “hot spot” de biodiversidade, ou seja, local de grande manifestação da fauna, não é uma área prioritária para o Governo, haja vista a abertura de 13 licitações para exploração de petróleo no entorno. A demanda também foi abordada pela Organização Não Governamental Greenpeace, que em 2011 lançou a campanha “Deixe as Baleias Namorarem”, com o pedido de uma moratória de 20 anos para exploração petroleira, em uma tentativa de chamar atenção para o risco de acidentes e os prejuízos atrelados.
Em um estudo denominado “Geografia do Conflito”, a instituição ambientalista corrobora pontos do artigo, ao demonstrar o choque entre a prospecção do combustível e a diversidade ambiental. Segundo Márcia Engel, outros artigos devem ser lançados ao longo do ano e já se encontra no Ministério do Meio Ambiente um estudo, feito por várias instituições, com a alerta para a problemática.