A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automobilístico deve acabar mesmo no fim deste ano, conforme prevê o decreto do governo. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou nesta quinta que a decisão do governo é que o decreto será mesmo cumprido. Ele revelou que já teve algumas reuniões com o governo após as eleições, e que “o posicionamento do Executivo é claro: a partir de janeiro, terá aumento do IPI”.
Com o fim do benefício, a perspectiva do setor é que as vendas em dezembro, que já têm o reforço extra do 13º salário, sejam ainda melhores. Entretanto, o reflexo pode não ser tão intenso, em decorrência das constantes prorrogações, segundo o diretor administrativo da Tecar Fiat em Belo Horizonte, Rafael Sartori. “Antecipação de vendas sempre ocorre quando se fala em volta do IPI. Afinal, ninguém quer pagar mais caro. Só que, quando um fato acontece repetidamente, ele acaba perdendo a credibilidade”, observa, referindo-se às vezes em que o governo prorrogou, na última hora, o benefício fiscal.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho, o fim da redução do imposto é uma má notícia para o setor, mas que já é esperada. “É praticamente uma morte anunciada”, diz. Para ele, com o término do benefício, a opção para muitas concessionárias para continuar vendendo será reduzir a margem de lucro. “Só que há um limite”, frisa.