Estão abertas, até o dia 17 de fevereiro, as inscrições para a oficina de roteiro cinematográfico Dos Filmes que Ainda Não Fizemos. Não é necessário ter experiência e qualquer pessoa acima de 16 anos residente na Bahia pode se inscrever gratuitamente. Negros e pardos ficam com 50% das vagas e outros 20% são destinados à comunidade LGBTQIA+.
As oficinas propõem diversos processos criativos e acontecerão no ambiente virtual entre os dias 20 de fevereiro e 7 de março. Um dos principais objetivos do curso é explorar o potencial literário do roteiro de cinema. Por isso, durante o curso, os alunos vão desenvolver roteiros para curtas-metragens e, ao fim, publicarão um livro que reunirá essas criações. “Vamos dar noções de construção de roteiro, mas vamos deixar as pessoas livres para que escrevam da forma que elas imaginam ser um roteiro. Os alunos não vão ficar presos a um método”, diz Carolina Gomes, proponente do projeto contemplado pelo Programa Aldir Blanc Bahia.
A oficina é dividida em duas partes: na primeira, que terá o bacharel em cinema Rober Corrêa como orientador, haverá quatro encontros, em que serão abordadas as especificidades do roteiro cinematográfico e seu potencial literário. Na segunda, com dois encontros, os alunos vão aprender os passos para a editoração de livros, com o designer e pesquisador Tiago Ribeiro.
Rober Corrêa defende que, ainda que um roteiro não chegue a ser filmado, deve ser publicado: “Há uma infinidade de histórias engavetadas, roteiros para serem escritos, filmes para serem feitos. Mas, se um filme demanda uma estrutura por vezes inviável, por que nos furtamos da experiência de registrar, publicar ou ler um roteiro? Creio que um roteiro não precisa ser rodado para existir enquanto literatura”.
Como a oficina acontecerá on-line, o projeto pretende alcançar também o público do interior da Bahia e chegar aos diversos territórios de identidade baianos. “O processo de filmagem demanda altos custos com equipamentos, câmeras, iluminação e qualificação técnica. Por isso, muitas vezes, a produção cinematográfica fica restrita aos grandes centros urbanos, enquanto as cidades pequenas têm pouca produção. Então é muito importante publicar esses roteiros, para que não se percam“ caso não sejam filmados”, diz Rober.
Após os encontros virtuais, os participantes terão direito a mais dois encontros com consultores que vão orientar para a finalização dos roteiros ou dos argumentos. Entre os consultores estão o próprio Rober Corrêa e o cineasta baiano Henrique Dantas.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
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